Indústria pede energia limpa para emitir menos

Setores petroquímico e de alumínio admitem a necessidade de reduzir emissões, mas cobram maior oferta de gás natural e de energia renovável.

O setor industrial alega que o Brasil precisa ampliar a oferta de fontes energéticas mais limpas para então garantir a substituição de combustíveis mais poluentes no processo industrial. Ao longo desta década, a indústria conseguiu reduzir as emissões de gases de efeito estufa, mas em alguns setores essa queda foi interrompida pela falta de gás natural e a volta do uso de combustíveis mais pesados.

É o caso da indústria química e petroquímica nacional. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a emissão de dióxido de carbono por tonelada de produto baixou consideravelmente nos últimos anos. Em 2000, a relação era a de 415 quilos de CO2 para cada tonelada de produto colocada no mercado brasileiro. Em 2006, a relação havia baixado para 363 quilos de dióxido de carbono para cada tonelada de produto. A associação ainda não tabulou os dados de 2007, mas estima que a relação tenha se mantido.

Segundo Marcelo Kos, diretor de Assuntos Industriais da Abiquim, os investimentos na expansão da capacidade de produção estão associados a uma performance melhor do ponto de vista ambiental, mas permanece o problema da escassez de fontes mais limpas de energia. A crise recente na oferta de gás natural no Brasil obrigou algumas indústrias, explica Kos, a voltar a queimar combustíveis pesados, como óleo combustível e diesel, o que elevou ligeiramente a emissão de CO2 de 2005 para 2006.

A indústria química e petroquímica elevou o consumo de combustíveis renováveis. Em 2001, esse consumo era zero. Em 2006, foi de 4,37 quilos por tonelada de produto.

A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) acredita que o aumento da cobrança dos poderes públicos locais sobre a indústria exigirá uma ampla discussão sobre oferta de energia. “Mais do que o gás natural que não temos, o Brasil precisa avançar na produção de energia em hidrelétricas. Há um potencial enorme que precisa ser aproveitado e que ainda não foi, no Brasil”, diz Adjarma Azevedo, vice-presidente da Abal.

A produção do alumínio é um dos processos industrias que mais consomem energia. Segundo a Abal, para cada tonelada de produto, o setor precisa de 15 megawatts hora (MW/h) de energia. Os planos de redução das emissões não são controlados pela associação, mas as indústrias do setor possuem metas de redução. Azevedo alega que a indústria brasileira de alumínio tem uma performance mais eficiente do que a mundial em relação às emissões. O despejo do perfluorcabonos (PFC), um dos gases do efeito estufa, chega a 0,18 quilo por tonelada de produto. A média mundial do setor é de 0,22 quilo por tonelada. As emissões de fluoretos alcançam 0,7 quilo por tonelada. No mundo, chega a 1 quilo por tonelada.


O Grupo Zeppini recebe grande destaque no Jornal O Estado de S.Paulo, na edição de 12 de março de 2008. A matéria destaca os investimentos e pretensões do Grupo Zeppini para o mercado de energia solar.

Leia no Estadão: GRUPO ZEPPINI INICIA A VENDA DE PAINÉIS FOTOVOLTAICOS FLEXÍVEIS.

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Grupo Zeppini inicia a venda de painéis fotovoltaicos flexíveis

Andrea Vialli

A produção de energia elétrica com painéis solares fotovoltaicos começa a ganhar atenção no Brasil. O grupo Zeppini, de São Bernardo do Campo (SP), um dos pioneiros na fabricação de motos elétricas, inicia, até o fim do mês, a comercialização de painéis fotovoltaicos flexíveis, tecnologia inédita no País. Uma fábrica de painéis também está nos planos.

No primeiro momento, a idéia é desenvolver sistemas de geração de energia limpa para estabelecimentos como condomínios residenciais, shopping centers, agências bancárias e hospitais. Os planos incluem, em um segundo momento, investimentos na fabricação dos painéis flexíveis na região do ABC. Antes, a empresa vai analisar a receptividade do mercado, uma vez que a produção de energia fotovoltaica é bastante incipiente no País – existem cerca de 12 megawatts instalados em comunidades isoladas e outros poucos 80 quilowatts integrados à rede elétrica. “A proposta comercial é vender eletricidade onde a instalação traga valor de mercado, como em condomínios ‘verdes’ e substituindo geradores a diesel, por exemplo”, diz o diretor-executivo da Zeppini, Paulo Fernandez.

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arte da matéria veiculada no jornal O Estado de S.Paulo de 12/03/08

Para isso, a empresa terá de criar a demanda partindo quase do zero. “Acreditamos que dentro de três a cinco anos teremos demanda suficiente para iniciar a produção das placas fotovoltaicas no País.” A empresa planeja também vender para o mercado externo.

O cartão de visitas da nova unidade de negócios da empresa, que tem investimento inicial de US$ 1 milhão, poderá ser visto na própria sede da Zeppini, em São Bernardo. A empresa está instalando 333 metros quadrados de painéis fotovoltaicos no telhado do prédio, o que permitirá a geração mensal de 2.100 quilowatts/hora para os escritórios administrativos.

Os painéis flexíveis são a tecnologia mais recente em captação de energia solar, e podem ser aplicados em qualquer superfície. Assim, permitem a produção de energia elétrica no próprio local, que pode ser integrada à rede de distribuição. Diferentemente do uso do sol para aquecimento de água, a energia fotovoltaica é a conversão direta da luz solar em energia elétrica, a partir de células (painéis) feitos de silício.

CUSTOS

No mundo todo, há 3,2 mil megawatts instalados de geração fotovoltaica. O potencial brasileiro é ainda maior – estimado em 10 mil megawatts para sistemas conectados à rede elétrica -, mas hoje é subaproveitado.

Um dos maiores empecilhos para a disseminação da energia fotovoltaica é o preço alto: o custo do megawatt gira hoje em torno de US$ 240, enquanto a energia hidrelétrica custa US$ 50. Porém, estudos apontam que, em escala mundial, o preço da energia fotovoltaica irá se equiparar ao de fontes convencionais dentro de dez anos. Na contramão, a geração via fontes fósseis tende a se tornar mais cara.

“Com o petróleo acima de US$ 100 o barril, mesmo as empresas petrolíferas já estão se posicionando como grupos de energia e investindo em fontes renováveis. E quanto mais investimentos forem feitos e mais fábricas de equipamentos entrarem no mercado, mais o custo do megawatt tende a cair”, diz Marco Antonio Fujihara, diretor do Instituto Totum, consultoria especializada em sustentabilidade.

Essa perspectiva anima os investidores e já atrai a atenção de empresários como Eike Batista, que anunciou investimentos em uma fábrica de painéis solares no mês passado, em parceria com a companhia chinesa Yingli Solar. Em 2007, o mercado de energia solar registrou um crescimento de 56% em relação ao ano anterior.


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Setor de equipamentos para postos pode ser beneficiado com modernização das instalações

No início de 2007, o Grupo Ultra junto a Petrobras e a Braskem adquiriram todos os ativos dos postos Ipiranga. No final do ano passado o faturamento que seria inicialmente de R$ 5 bilhões, somou mais de R$ 20 bilhões. Com isso, o grupo Ultra assumiu as operações lucrativas da bandeira Ipiranga, que hoje detém 20% do mercado brasileiro de distribuição de combustíveis. A revista Isto É Dinheiro da semana passada (ed.544 ano XI) traz uma matéria especial sobre os investimentos do grupo Ultra no setor de combustíveis, o que pode representar um grande impulso no setor de instalações, ao modernizar os equipamentos dos postos de serviço em todo o país.

Mesmo com o grande faturamento que o Ultra teve com a aquisição do Ipiranga, que além de ter transformado o seu perfil comercial, fez com ele ficasse mais próximo do consumidor final, os planos do grupo são mais ambiciosos. O grupo já apresentou uma proposta para comprar a rede Esso, outra gigante do setor.

Se o Ultra conquistar esse objetivo, ele passará a ter 20% do mercado do combustível, perdendo somente para a Petrobras que tem a primeira posição com 35%. Caso o plano não seja conquistado, a segunda opção será adquirir pequenas distribuidoras regionais.

Em janeiro deste ano, o Ultra revelou que não teve muitos sustos quando as operações com a companhia recém-adquirida começaram. Ao contrário, com a compra do Ipiranga o faturamento do grupo dobrou. O caixa anual do Ultra teve acréscimo de R$ 263 milhões e o valor de mercado passou de R$ 4 bilhões para 8,6 bilhões.

O Ultra visa investir também na Oxiteno, braço químico do grupo, para isso será investido quase R$ 480 milhões. A empresa já é dona de 70% da produção de óxido de eteno no Brasil.


A Zeppini, maior fabricante de equipamentos para postos de serviço do mercado nacional, planeja o crescimento de 60% nos negócios internacionais para o ano de 2008. Para alcançar este objetivo, a empresa anuncia sua participação nos principais eventos do ano no setor petrolífero mundial.

Em março, a empresa expõe sua linha de produtos ecológicos para postos de serviço na feira Oil África 2008, principal evento africano do setor, que será realizado na Cidade do Cabo, África do Sul, entre os dias 17 e 19 de março.

No segundo semestre, a empresa participa em setembro da feira Automecanika, na Alemanha. Tradicionalmente realizada em Frankfurt, reúne os maiores distribuidores e fabricantes de equipamentos para postos do mundo.

Em outubro, a Zeppini participa como expositora da feira PEI, realizada em Chicago, nos Estados Unidos, e é o maior evento do segmento de petróleo em toda a América.
No Brasil, a Zeppini estará presente nas feiras Expo Postos & Conveniência 2008, que este ano será realizada em Natal/RN e também na Expopetro, em Gramado/RS.

Com isso, a empresa espera consolidar um novo modelo de negócios: distribuidores exclusivos de equipamentos para postos em cada um dos principais países onde atua.

Crescimento no mercado mundial

A Zeppini também quer fechar o ano com crescimento de 60% na pauta de negócios fora do país, além de incrementar seu faturamento em 10% até o final de 2008. A empresa aposta principalmente na “linha ecológica”, que são os produtos para postos que minimizam os riscos de impacto ambiental, no caso de vazamento de combustíveis. A linha de produtos atende às resoluções da Conama no Brasil e UL, padrão internacional de segurança em equipamentos.

Em 2007, a empresa do Grupo Zeppini, que reúne também a Fundição Estrela e também a Motor-Z, já conquistou novos clientes na Ásia e no Oriente Médio, após participar do Petrol World Fórum, realizado em julho em Singapura.


Após a tentativa de comprar os postos de combustíveis da bandeira Esso na América do Sul e não ter obtido sucesso, a Shell busca outros caminhos para continuar a crescer no mercado, já que em 2007 a empresa lucrou US$ 27,6 bilhões. O novo rumo é pela migração. A ação é conhecida como bandeira branca, na qual é feito um contrato entre o dono do posto e a distribuidora, com este método o proprietário se compromete a usar a marca da Shell e a comercializar somente o combustível fornecido pela distribuidora.

Em entrevista ao o jornal Valor Econômico, Rob Routs, diretor Mundial da área de combustíveis, transportes, refino e petroquímica da Shell disse que a companhia tem boas perspectivas de crescer “organicamente e muito rápido no Brasil”. Em 2006, as redes Shell do Paraguai, Uruguai e Colômbia foram compradas pela Petrobras, após a companhia ter decidido sair da América Latina e manter a operação apenas na Argentina, no Chile e no Brasil, as maiores regiões do mercado.

Segundo Routs na entrevista com o veículo, os negócios da Shell vão bem no País. Além disso, uma área de grande interesse é o biocombustível e a empresa já analisa a possibilidade de produzir álcool a partir do bagaço da cana-de-açúcar utilizando enzimas em um processo de co-geração. Anualmente, a multinacional compra 1,8 bilhão de litros de álcool contratados de grandes usinas como a Cosan e a Cooperçúcar.

Em busca de um meio ambiente mais puro, o diretor da Shell ainda afirma que para reduzir o aquecimento global as empresas terão que buscar fontes sustentáveis de energia alternativas aos hidrocarbonetos, mas que não sejam originárias da queima das grandes florestas nativas no Brasil ou Malásia, ou de trabalho infantil.

No ano passado a Shell teve uma participação no mercado de combustíveis de 12,6 %. Esse valor sobe para 15% se forem considerados apenas o mercado das maiores empresas. A Shell só perde para a BR Distribuidora, que tem 39% do mercado neste segmento.


Após a compra da bandeira Ipiranga, a BR enfrentou algumas dificuldades com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que ainda não aprovou a aquisição, anunciada em meados de 2007.

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Para driblar as dificuldades, a BR deve lançar uma nova bandeira distribuidora de combustíveis para aproveitar a infra-estrutura existente e também para agitar o mercado de postos de serviço com a questão do marketing que envolveria a criação de uma nova marca.

José Eduardo Dutra, presidente da BR, explica que a nova empresa terá que ser criada porque o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda não aprovou a aquisição dos ativos do grupo Ipiranga feita pela Petrobras, Ultra e Braskem no ano passado.

Esse modelo não prejudica a absorção do restante da rede da Ipiranga – cerca de três quartos da rede de postos – pelo grupo Ultra. Pelo acordo firmado entre os compradores no ano passado, a Petrobras e o Ultra vão dividir o negócio de distribuição da Ipiranga enquanto os ativos petroquímicos ficaram com Petrobras e Braskem. A estatal ficará com os postos localizados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e o Ultra com os das regiões Sul e Sudeste. Até a aprovação definitiva, os compradores se comprometem a preservar as companhias de modo a garantir a reversibilidade da operação.

Com informações da Santos Modal


Nesta semana, a ABIEPS (Associação Brasileira da Industria de Equipamentos para Postos de Serviços), elegeu o presidente, o vice-presidente e os diretores da entidade. Carlos Zeppini é reconduzido à presidência da associação.

Confira a matéria na íntegra:

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ABIEPS elege diretoria para o biênio 2008/2009

Mantendo a mesma linha de atuação, Zeppini reafirma a necessidade do esforço conjunto de dirigentes e associados e pretende dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido pela entidade. O objetivo é fortalecer o nome da ABIEPS no mercado, estreitando o relacionamento com autoridades governamentais e entidades do setor, além da promoção de eventos, como feiras, cursos técnicos e assembléias.

Juntamente com ele assumem, Sérgio Cordeiro (Metalsinter) como vice-presidente, Eduardo Hiluey (Ecoflex) como diretor financeiro, e Luciano Galea (Leone) como vice-diretor financeiro.

Para as quatro diretorias técnicas, recentemente criadas com o objetivo de ampliar a atuação da ABIEPS, o conselho escolheu: Fernando Whitaker para a diretoria de Equipamentos; Maurício Prado para a diretoria Ambiental; Sergio Morelli para a diretoria de Serviços; e, Antonio Bragança para a diretoria de Conveniência. Esta última, com forte estratégia de crescimento.

“Com o trabalho que será desenvolvido junto a estas novas diretorias, além de se democratizar internamente e formar novos líderes, a ABIEPS amplia sua área de atuação, reunindo fornecedores de equipamentos e produtos para postos em todas as áreas”, ressalta Carlos.

Entre os projetos para 2008, dois pontos complementares merecem destaque: a reformulação do portal da entidade, com a facilitação da busca por produtos, equipamentos e serviços das empresas associadas; e, o esclarecimento sobre linhas de crédito disponíveis, para que o revendedor possa comprar tais equipamentos, através de convênios com instituições bancárias e confecção de uma cartilha orientativa de crédito.

ABIEPS – Consolidada como maior entidade do setor no Brasil e na América Latina, a ABIEPS que, entre outras atribuições, participa na elaboração de normas técnicas e regulamentos do setor, representa um mercado que registrou faturamento anual de mais de R$ 1 bilhão em 2007, arrecadando cerca de R$ 200 milhões de impostos aos cofres públicos e gerando 41 mil empregos diretos e indiretos.

A entidade foi fundada em agosto de 2001 com o objetivo de congregar as indústrias, prestadores de serviços e revendas que atuam no segmento dos postos revendedores de combustíveis para representá-los junto aos órgãos técnicos e econômicos, como Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), órgãos ambientais estaduais e outros órgãos governamentais relacionados, direta e indiretamente, com o setor.

O conselho diretor da ABIEPS, responsável pela escolha do presidente da entidade, é integrado pelos seguintes membros: Cássio Veloso, Francisco Salles, Eduardo Hiluey, Dante Pelacani, Luciano Galea, Fernando Miranda, Sérgio Cordeiro, Jorge Luiz Modesto, Fernando Whitaker, Moacir Arruda, Mauricio Prado, Sérgio Luiz Morelli, Joseph Walton Junior e Daniel Lasner.

Também participam das discussões e futuro da entidade o conselho de ex-presidentes ABIEPS, composto por Antonio Bragança e Antonio Augusto.

Carlos Zeppini é reconduzido à presidência da ABIEPS – Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviços, cujo setor movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2007.

Com mandato para o biênio 2008/2009, acaba de ser reconduzido ao cargo de presidente da ABIEPS (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviços) – entidade que, entre outras atribuições, participa na elaboração de normas técnicas e regulamentos do setor que representa, e, conta hoje com mais de uma centena de empresas associadas –, o empresário Carlos Zeppini, da Comercial Zeppini, que já ocupava a presidência no mandato anterior.


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AFRA BALAZINA
EVANDRO SPINELLI
da Folha de S.Paulo

O uso de energia solar para aquecer água pode virar lei em São Paulo. Um projeto que exige a instalação desse tipo de equipamento em novos empreendimentos, residenciais ou não, foi encaminhado ontem pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL) à Câmara.

Pelo projeto, imóveis não-residenciais que usam muita água, como hotéis, móteis, academias de ginástica, hospitais, escolas e clínicas de estética, por exemplo, serão obrigados a instalar os aquecedores.

No caso das indústrias, o sistema só será obrigatório se a atividade exigir água aquecida no processo de fabricação ou se a empresa disponibilizar vestiários aos funcionários.

Segundo o secretário do Verde e Meio Ambiente do município Eduardo Jorge, nas residências, o sistema só será obrigatório se a casa ou apartamento tiver mais de três banheiros. Com até três banheiros, o aquecedor não será exigido, mas o projeto deverá prever a implantação do sistema no futuro.

O tópico, no entanto, não está claro no projeto de Kassab. O líder do governo na Câmara, José Police Neto, o Netinho (PSDB), entendeu que, para imóveis residenciais mesmo com quatro banheiros ou mais, a instalação do sistema é desnecessária.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o projeto de lei sofrerá modificações na Câmara inclusive para que este item seja esclarecido.

Piscina aquecida

Com relação à instalação de piscina aquecida em imóvel residencial, o sistema será obrigatório, mesmo para os imóveis já existentes.

As novas regras entrarão em vigor apenas depois da regulamentação da lei, o que ocorrerá por meio de decreto do prefeito 120 dias depois da publicação. O projeto, porém, precisa ser aprovado pela Câmara, o que não tem prazo para ocorrer.

A medida de Kassab foi aplaudida ontem por ambientalistas ouvidos pela Folha. A energia solar é tida por eles como uma alternativa energética limpa e sem restrições. “O projeto de lei vai ao encontro da necessidade de redução das emissões dos gases do efeito estufa”, disse o pesquisador Márcio Vilela, da ONG Vitae Civilis.

Paulo Rewald, diretor de instalações do Secovi-SP (o sindicato da habitação), disse que o projeto é inviável para a maioria dos edifícios verticais. Segundo Rewald, nesses prédios não há, normalmente, espaço para instalar placas de captação da energia solar.

O engenheiro elétrico Teófilo Miguel de Souza, professor da Unesp de Guaratinguetá, fez as contas. Segundo ele, no máximo, é necessário 1 m2 de placa por pessoa. Em um edifício de 30 apartamentos, onde moram cerca de 120 pessoas, seriam necessários até 120 m2 de área livre para o equipamento.

Nesse caso, o telhado do prédio seria suficiente, porém não haveria espaço para a construção de um apartamento de cobertura. Em prédios maiores, com 30 andares e quatro apartamentos por andar, por exemplo, não haveria espaço na cobertura. Seriam necessários cerca de 480 m2, mais do que uma quadra de basquete ou quase três quadras de vôlei.

Outra alternativa é instalar as placas no chão, em uma área livre do condomínio. Porém, os moradores teriam de abrir mão de uma parte de sua área de lazer ou de estacionamentos.

Brecha

Quanto maior o edifício, maior a área exigida para a instalação das placas. Porém, o próprio projeto de Kassab tem uma brecha que prevê que, em situações em que a instalação do equipamento for tecnicamente inviável, o empreendimento poderá ser liberado da obrigação, desde que tenha uma justificativa elaborada por um profissional habilitado.

Rewald cita outro problema: a cidade não tem uma quantidade satisfatória de dias com sol. O diretor do Secovi-SP, porém, disse que a medida é “um avanço” no caso de clubes e algumas áreas da indústria.

Segundo o professor da Unesp, que tem pós-doutorado pela Universidade de Paris, o custo do sistema é acessível a famílias de média e alta renda e o valor investido é compensado pela economia de energia.

Ele calcula que, para uma família de quatro pessoas, o sistema custe de R$ 600 a R$ 5.000, dependendo da qualidade do material. Em edifícios residenciais ou comerciais, esse custo, segundo ele, é ainda menor, porque há um ganho de escala.

São Paulo já tem edifícios que usam essa tecnologia. Um exemplo é o hotel Matsubara, no Paraíso. Ele utiliza energia solar desde 2003, quando foi inaugurado. Segundo o hotel, o investimento para implantar o aquecimento solar compensa e há uma economia significativa em energia elétrica.