Diante das pressões pela redução das emissões de gases pelo tráfego aéreo, responsável por 2% de todos os gases de efeito estufa liberados na atmosfera, as companhias aéreas estão buscando alternativas para desenvolver um combustível sustentável.

Duas empresas aéreas, a Azul e a Embraer, já anunciaram que vão realizar, no início de 2012, o primeiro voo experimental – sem passageiros – com o uso de um querosene obtido da cana-de-açúcar. A Azul aceitou testar, em um dos seus jatos Embraer, o bioquerosene, que está sendo desenvolvido pela multinacional de biotecnologia Amyris.

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O vice-presidente operacional da Azul, Miguel Dau, afirmou que ele mesmo vai pilotar o jato Embraer que será empregado no voo experimental. Para Dau, além de atender à necessidade de reduzir emissões, a diversificação da matriz energética da aviação reduz a insegurança em relação à flutuação da cotação internacional do petróleo, já que as companhias têm entre 30 e 40% do seu custo no combustível.

Se o teste der certo, o querosene de origem renovável poderá começar a ser produzido em escala industrial em 2013, como uma alternativa ao de origem fóssil, responsável pela alta carga de emissões de CO2 da aviação.

A busca pela sustentabilidade na aviação já tem mobilizado outras companhias aéreas. Esta semana, a Gol também anunciou sua entrada em um projeto de pesquisa de biocombustível para aviões – o Sustainable Aviation Fuel Users Group (Safug), o grupo de usuários de combustível de aviação sustentável, em português. O programa reúne empresas aéreas e provedores de tecnologia, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de novas fontes sustentáveis de combustível para aviação, alcançando seu uso comercial.